Esconde-Esconde (Parte 2)

Esconde - Esconde

Da equipe de investigadores de Las Vegas que chegou para trabalhar no caso faziam parte Sara Bradley e Gregory Anderson, encarregados pelo caso nos Estados Unidos, e Jason Goodman, supervisor deles. Os três chegaram em um jatinho no qual tinham embarcado em São Paulo. César, ao contrário do jeans e camisa que usava normalmente, agora usava terno e gravata.

— Sejam bem vindos a Juiz de Fora — ele disse em um inglês enferrujado estendendo a mão para Jason, um homem alto, de aparência séria e poucos cabelos grisalhos entre seus cabelos castanhos.

Logo atrás dele vinha Sara, uma mulher morena e alta de cabelos castanhos que iam até o ombro, e por último Gregory, um homem que não aparentava ter muito mais que 25 anos, era alto, magro e tinha os cabelos castanhos com algumas mechas mais claras. Terminadas as apresentações, César quis levá-los ao hotel para um bom descanso, mas Jason, assim como os outros dois investigadores, queria dar uma olhada em tudo que já havia sido encontrado.

— Tudo bem se trabalharmos um pouco. A viagem não foi tão ruim assim. Acho que dormimos na maior parte dela — declarou Jason.

César deu um sorriso meio “amarelo” e os conduziu até o carro. Ao invés de seguir para o hotel como eram seus planos, ele foi direto para o prédio da polícia. Como já estava anoitecendo, César não foi apresentando o lugar para os investigadores, mas sim entrou direto no elevador levando-os direto para uma pequena sala de reunião onde dois policiais traduziam, para o inglês, toda sorte de informação disponível sobre o caso.

— Boa noite — disse Jason que foi acompanhado por Sara e Gregory com acenos de cabeça cumprimentando os policiais. Eles por sua vez retribuíram o cumprimento.

— Vocês já terminaram a tradução? — César perguntou.

— Faltam só algumas páginas senhor.

— Bom. Os investigadores querem ver o que vocês já fizeram.

Os policiais entregaram algumas folhas escritas a Jason. Ele deu uma olhada e passou-as a Sara e Gregory. Havia também algumas fotos da cena do crime e do corpo já no necrotério.

— Em que pé está a investigação de vocês?

— Bom, senhor Jason...

— Só Jason, por favor.

— Bom, Jason, nós ainda estamos investigando. Nós encontramos o corpo ontem de manhã. Interrogamos a família e os amigos do menino morto.

— Pois então estendam a investigação para todos os que tiveram qualquer contato com o menino. Estamos trabalhando contra um assassino serial que deixa assinaturas. Eles normalmente conhecem muito bem suas vítimas — afirmou Jason.

— Buscaremos as informações e amanhã sairemos para conversar com as pessoas — disse César.

— Onde está o resto da equipe? — perguntou Jason que só havia visto César e os dois policiais até àquela hora.

— Eles não imaginavam que vocês fossem vir trabalhar hoje — César continuou.

— A investigadora com quem eu falei pelo telefone? Stella... Também não está?

— Ela não está trabalhando mais neste caso, assim como os outros dois investigadores que trabalham com ela. Com o apoio da polícia federal não achei que eles seriam tão necessários.

— Bom, eu e com certeza meus colegas também, não compartilhamos dessa opinião, — ele olhou para Sara e Gregory que concordaram com um aceno de cabeça — mas essa é uma decisão que não cabe a mim.

— Bom, acho que acaba não havendo nada que possa ser feito hoje. Talvez seja melhor irmos para o hotel. Podemos ler as pastas do caso lá — pronunciou Sara que ainda não havia se manifestado.

— Você está certa — disse Jason olhando para ela — dessa maneira poderemos amanhã desde cedo começar a falar com as pessoas relacionadas com o garoto — ele continuou olhando para César.

— Concordo plenamente Jason. Amanhã bem cedo já teremos o nome e telefone de cada pessoa envolvida — afirmou César com um grande sorriso no rosto — vamos até o hotel — ele continuou pegando a carteira e a chave do carro e colocando no bolso. Após isso, ele olhou para os policiais que faziam a tradução e disse em português — continuem com o trabalho. Tudo deverá estar pronto pela manhã. Depois ele se virou para os investigadores de Las Vegas falando novamente em inglês: — Vamos?

Os três concordaram e seguiram César para fora do prédio. O hotel não era muito longe dali. Como os investigadores puderam perceber seria até mais fácil ir de um lugar ao outro a pé, César teve apenas que contornar uma pracinha. O problema é que para isso ele teve que dirigir por uns dois quarteirões graças ao trânsito demasiadamente complicado da cidade.

O hotel ficava em uma movimentada avenida. Era um prédio de 20 andares com sacada em cada apartamento. Sua fachada era toda revestida por vidro escuro, o que permitia visão clara da rua para quem estava dentro do hall, mas impedia que as pessoas da rua vissem lá dentro. César abriu a porta e Sara, seguida por Jason e Gregory entraram. Após soltar a porta que se fechou sozinha, ele seguiu para o balcão da recepção. Depois de preencher um cadastro ele se voltou para os investigadores com duas chaves.

— Desculpem-nos, mas o hotel está um pouco cheio. Mas em cada quarto há duas camas de solteiro e são de frente um para o outro. Aquele homem vai levar vocês até o quarto — disse César apontando para um homem de uniforme vermelho que estava parado ao lado do elevador segurando um carrinho com as bagagens dos investigadores — tenham uma boa estadia. Amanhã de manhã um carro virá buscar vocês — ele entregou as duas chaves a Jason e foi embora.

Os três, acompanhados pelo carregador, entraram no elevador. Jason entregou uma chave para Sara que estava ao seu lado e jogou a outra para Gregory dizendo: — eu preciso dormir. Você faz muito barulho.

Gregory deu um sorriso para os dois que foi retribuído por Sara e “pseudo-ignorado” por Jason. Logo eles chegaram ao sétimo andar onde ficavam os quartos. O carregador levou cada mala para os quartos correspondentes e se afastou descendo pelas escadas.

— Bom. Boa noite — disse Gregory.

— Amanhã nos veremos às seis. Quero começar antes das sete da manhã — informou Jason.

— É estranha a pouca importância que eles estão dando ao caso — comentou Sara.

— Na verdade parece que eles têm mais casos para resolver do que pessoas para resolvê-los, senão os investigadores que começaram no caso continuariam nele — disse Gregory.

— Não sei. Tenho lá minhas dúvidas. Eles terem saído assim que os policiais federais foram convocados — enunciou Jason — bom, são só especulações, amanhã nos vemos às seis então.

— Boa noite — disse Sara entrando no quarto.

— Durma bem, — disse Gregory a ela. — Boa noite — continuou ele a Jason.

— Boa noite Greg — Respondeu ele entrando no quarto onde Sara haviam entrado e fechando a porta. Gregory também entrou em seu quarto e fechou a porta.

Não muito longe dali, Samara via Stella andando em casa de um lado para o outro.

— Qual o motivo de tamanha afobação? — perguntou ela a amiga.

— Eu vou amanhã cedo pro escritório.

— Por quê? Amanhã nem temos turno. Hoje é sexta—feira.

— Eu sei, mas vou encontrar César para entregar o resultado do exame de sangue do garoto.

— Então porque você vai cedo Stella? Sabe que ele nunca chega cedo. Ainda mais no sábado.

— Esqueceu que os investigadores de Las Vegas já devem estar aqui?

— Verdade. Isso certamente faria o César acordar cedo — as duas riram dessa constatação — mas agora senta que aquele seriado de investigação criminal já está começando.

— Oba! — disse Stella pulando para o sofá ao lado de Samara.

As duas ficaram ali durante o programa e assim que ele terminou foram dormir.

(...)
O prédio da polícia civil parecia vazio naquela manhã de sábado. Como Jason, Sara e Gregory podiam perceber a maior parte dos policiais pareciam precisar de mais que algumas horas para descansar. Porém eles já estavam ali e queriam achar a sala onde havia ficado o resto do material que os dois policiais tinham sido encarregados de traduzir. Os três estavam no primeiro andar quando passaram ao lado da sala de processamento de evidencias e puderam ver uma garota em frente ao computador com fones de ouvido se agitando como se dançasse a música que ouvia, porém sem se levantar de sua cadeira.

— Parece que achamos mais um indivíduo da sua espécie Greg — disse Jason em um tom sarcástico entrando na sala. Gregory olhou para Sara esperando uma opinião para o que tinha acabado de ouvir, mas sua amiga se limitou a sorrir e entrar na sala seguindo Jason. Sem outra opção, Gregory os seguiu.

— Com licença? Será que você poderia nos informar onde é a sala do Senhor César?

— Er...Jason...ela não pode ouvir você com esses fones no ouvido — interrompeu Gregory.

— Na verdade eu posso ouvir sim. Eu mantenho o volume em um nível que eu possa saber quando há alguém falando. Vocês não fazem ideia do que se fica sabendo quando as pessoas acham que você não pode ouvir o que elas falam — disse Stella em um inglês fluente tirando os fones e sorrindo — mas quando falam comigo prefiro tira-los. — Stella girou a cadeira em que estava para ficar de frente para os investigadores. Ela estava muito nervosa, seu coração batia descontroladamente, mas ela tentava manter uma expressão tranquila — eu falei com você pelo telefone — disse ela estendendo a mão para cumprimentar Jason.

— Sim. Eu sou Jason e estes são Sara Bradley — Stella a cumprimentou — e Gregory Anderson — continuou Jason. Stella não conseguiu tirar os olhos do último investigador e torcia para que ele não percebesse nada enquanto trocavam um aperto de mãos — foram eles que trabalharam primeiramente no caso em Las Vegas — continuou Jason — você então é a Stella?

— Isso — Stella, com o rosto corado, desviou os olhos de Gregory que já tinha percebido o olhar dela — nós trabalhávamos no caso — ela se levantou e desligou o monitor — com a polícia federal no caso e vocês chegando, acho que meu serviço e dos meus colegas se tornou desnecessário.

Os investigadores permaneceram em silencio preferindo não comentar a situação — venham comigo. Eu estava mesmo precisando falar com o chefe. Tenho que entregar o relatório do caso que ele nos entregou quinta-feira pra resolver — Stella pegou uma pasta de plástico preta e os quatro saíram do laboratório.

Eles seguiram por entre os corredores vazios do prédio até a sala de César. Como a secretária dele não estava Stella bateu na porta e entrou. Ao vê-la, acompanhada dos investigadores, ele desligou o telefone e foi recebê-los.

— Goodman, Bradley e Anderson. Eu fui até o hotel buscar vocês, mas já tinham saído.

— Nós então nos desencontramos por pouco. Não faz muito tempo que saímos de lá.

— Verdade — respondeu César. Ele se virou para Stella e prosseguiu falando, só que em português — você já trouxe os agentes, agora pode ir. Na verdade, você deveria estar em casa. Não é dia de trabalho hoje.

— Eu sei — respondeu ela, só que em inglês para que os investigadores pudessem entender — só que o legista havia pedido exame de sangue e eu peguei o resultado ontem — ela se virou de frente para Jason, Sara e Gregory — ele sedou o menino com clorofórmio antes de matá-lo.

— Parece que ele não queria correr o risco do menino fugir como da última vez — afirmou Sara.

— Bom, partiremos desse ponto. Descobriremos onde ele conseguiu clorofórmio, que não é comprado em qualquer lugar — afirmou César dessa vez em inglês.

— Não podemos nos esquecer de catalogar e entrevistar todas as pessoas que tiveram contato com o menino — continuou Jason.

— A primeira parte eu já fiz. Aqui tem o nome e o endereço de cada pessoa que teve contato com o menino nesses últimos tempos — disse Stella entregando três páginas impressas para seu chefe.

— Obrigada — disse César em inglês. Stella continuou parada no lugar onde estava — nos vemos segunda—feira, investigadora — continuou ele em português.

— Eu quero continuar na investigação. O resto dos policiais nem estão aqui — ela reivindicou também em português.

— Não me interessa o que você quer ou deixa de querer. Você está fora. Agora saia da minha sala e nos deixe trabalhar — César continuou em português aumentando um pouco o tom de voz.

Stella se virou para os investigadores — prazer em conhecê-los. Espero que vocês peguem esse assassino.

Os três se entreolharam e acompanharam Stella saindo da sala e fechando vagarosamente a porta atrás dela.

— Desculpe-me, mas acho que pude entender o que aconteceu aqui, e minha opinião é que é uma perda consubstancial não ter as pessoas que primeiro presenciaram a cena. Stella e seus colegas são muito importantes na resolução desse caso, mas eu não posso interferir nas suas decisões — Jason argumentou.

— Entendo seu ponto de vista, mas você vai ver que os agentes federais farão um excelente trabalho — César continuou.

— Não tenho dúvidas quanto a isso César, mas quanto mais agentes trabalhando melhor.

César pareceu um tanto desconfortável e demorou em achar a resposta — Verdade. Uma pena não termos pensado muito sobre isso antes. Eles estão em outro caso agora — ele disse finalmente.

— Na verdade Stella disse que estava com o relatório pronto para te entregar, mas acho que ela acabou se esquecendo — Jason se lembrou.

— Er... Então não vejo empecilho para que os três sejam recolocados no caso. Quanto mais gente trabalhando, mais rápido chegaremos ao culpado. Vou ligar para Samara e Renato para avisá-los. Stella certamente ainda está no prédio.

Neste momento a porta se abriu e dois agentes federais entraram. Eles pareciam ter corrido um pouco para chegar até ali.

— Bom, vamos começar logo então. Cada um de vocês acompanha um investigador. Vocês dois vão conversar com as pessoas que trabalhavam perto da casa do menino — disse ele apontando para Sara e o agente que a acompanhava — vocês vão conversar com os funcionários da escola onde ele estudava — César continuou se referindo a Gregory e o policial federal que estava com ele — e por último, Jason, eu vou com você. Investigaremos a loja onde o menino comprou a bola. Qualquer loja da cidade pode ter vendido. Bem, teremos muito trabalho.

— Não quero ser inconveniente, mas vá com a Sara e o outro investigador César, eles vão ter muito mais trabalho do que a gente. Eu vou com a Stella, já que ela já está aqui no prédio.

— Você é quem sabe Jason, se acha melhor assim — respondeu César um pouco decepcionado, pois ele queria acompanhar o chefe dos investigadores, mas concordou com a sugestão dele para não parecer intransigente.

Cada grupo com as folhas onde havia nome e o endereço de cada lugar onde teriam que ir saiu do prédio e foram para o estacionamento. Jason, entretanto, foi procurar Stella para descobrir aonde iriam. Ele voltou ao lugar onde a tinha encontrado pela primeira vez e como esperava lá estava ela sentada no mesmo lugar utilizando o computador.

— Você não consegue ficar muito longe do trabalho, não é? — ele disse parado à porta da sala.

Stella minimizou a janela em que estava trabalhando antes que o investigador chegasse perto o suficiente para vê-la.

— O computador lá de casa não tem muito acesso — ela respondeu sorrindo para Jason.

— Entomologia Forense — ele comentou, olhando para o monitor.

— Ah, é — disse Stella um pouco surpresa, pois não tinha percebido qual janela estava maximizada por baixo da que ela estava usando — eu fiz alguns experimentos nessa área na faculdade, mas não fui muito adiante. Quando apareceu o concurso pra polícia eu entrei só com meu diploma de licenciatura em biologia, ainda tenho que terminar o bacharelado.

— Ainda falta muito? — quis saber Jason.

— Não. Na verdade, só a monografia.

— Acho que sua pesquisa vai ter que espera mais um pouco. Temos trabalho a fazer. Vamos?

Stella não conseguiu entender nem acreditar no que Jason dizia. Ele então continuou.

— Convenci o César a colocar você e seus amigos de volta no caso — a vontade dela após ouvir o que Jason acabara de dizer era de sair pulando e gritando, mas ela se conteve para não assustar o investigador. Na verdade, ela ficou paralisada olhando para ele.

— Você está bem? — Jason perguntou após um intervalo de silêncio.

— Sim...sim...estou. — Respondeu Stella voltando a se mexer.

— Vamos então? —

Ela se levantou e desligou o computador

— Nós ficamos encarregados de ir até a loja onde o menino comprou a bola. Quantas lojas vão ser?

— Uma. Quando eu tive a ideia de investigar as pessoas que tiveram contato com o menino, — enquanto falava, Stella conduzia Jason até o estacionamento — eu liguei para a casa dele e perguntei onde eles tinham comprado a bola. Não tive chance de dizer isso antes com o César me dispensando.

— Mesmo em português, percebi a tensão na conversa de vocês.

— A propósito, obrigado, por conseguir nossa recolocação — disse Stella entrando em um carro com o emblema da polícia civil e abrindo a porta do passageiro para que Jason entrasse.

(...)
Gregory, acompanhado de um policial que dirigia um carro da polícia federal, chegou ao colégio onde Mauricio estudava. Era um prédio maior em largura do que em altura que contornava o pé de uma montanha, e por isso havia muitas árvores atrás e do lado do bloco único do prédio. Quando os dois desceram do carro em frente à portaria após subirem uma pequena ladeira, puderam perceber que apesar de ser um sábado, as aulas aconteciam normalmente como em um dia de semana.

— Tivemos uma greve há pouco tempo — disse uma mulher, com aparentemente mais de 50 anos, não muito alta — agora temos que repor as aulas aos sábados. É um pouco sacrificante, mas era isso ou ficar sem as férias no final do ano. A mulher ficou um tempo em silêncio — esqueci—me de me apresentar, eu falo tanto — ela disse sorrindo — meu nome é Rose.

— Bom dia, Senhora Rose — respondeu o policial trocando um aperto de mão com a mulher — eu me chamo Cristiano e esse é Gregory Anderson, investigador de Las Vegas — Gregory esticou a mão e a cumprimentou sem dizer uma só palavra.

— Vamos, venham. Eu recebi a ligação de um detetive de vocês ontem e já informei algumas pessoas que vocês viriam. Mas se tiver alguma pessoa com quem vocês queiram conversar que não esteja na lista que eu fiz, — disse ela entregando uma folha a Cristiano — fiquem a vontade para chamá-los.

Enquanto Rose conduzia os dois pelos corredores levemente encurvados do colégio, Cristiano traduzia para Gregory tudo que ela havia dito desde a hora em que haviam chegado.

— Obrigado — disse Gregory em português com um sotaque muito acentuado para Rose ao chegarem a uma sala que ela havia preparado para os investigadores.

A mulher deu um sorriso para ele e os fez entrar na sala. Os primeiros a aparecerem foram os colegas de Mauricio, que já haviam estado na delegacia e não tinham nada diferente para contar. Depois alguns professores e funcionários que não tiveram muito a acrescentar.

(...)
Jason e Stella logo chegaram até a loja onde a bola havia sido comprada. Ela parou o carro em frente ao estabelecimento e eles entraram.

— Bom dia — ela disse a um homem que vestia um macacão branco com listras verdes.

— Bom dia! — ele respondeu — em que posso ajudá-los?

— Somos da polícia civil, eu liguei para cá ontem. O gerente está?

— Há, sim. Claro. Ele está esperando. Venham comigo, por favor — o homem os levou até uma escada ao fundo da loja — podem subir. Ele está esperando vocês.

— Obrigado — disse Jason com um sotaque espanhol apesar de não ter entendido a conversa que fora em português.

— O gerente está nos esperando — Stella disse em inglês.

Os dois terminaram de subir dois lances de escadas e chegaram a um pequeno hall onde uma plaqueta estava pendurada na porta da sala de André, o gerente da loja. Stella bateu na porta.

— Entrem — respondeu uma voz lá de dentro.

A sala não era muito grande. Tinha uma mesa, um armário, uma escrivaninha com um computador e algumas cadeiras. Não havia janelas.

— Oi. Eu falei com você por telefone ontem. Meu nome é Stella e o dele é Jason. É o investigador de Las Vegas.

— Prazer, — André respondeu enquanto trocavam apertos de mão — em que posso ser útil? — ele continuou em inglês.

Percebendo que o homem não tinha dificuldade em falar inglês, ela continuou a conversa nesse idioma — estamos investigando a morte de um garoto, e precisamos conversar com todos os que tiveram contato com ele nas últimas semanas.

— Sabemos que ele comprou uma bola aqui. Queremos conversar com seus funcionários — continuou Jason.

— Bom, eu não me lembro de todas as crianças que estiveram aqui comprando bolas, vocês sabem qual foi o dia?

— Foi na última quarta-feira, por volta das duas horas da tarde — Stella respondeu olhando em sua caderneta que havia tirado de uma pequena mochila que carregava.

— Bom, os funcionários da tarde ainda não estão aqui. Somente dois que estão em fase de treinamento.

— Os outros funcionários da tarde, que não estão, foram contratados há muito tempo?

— Ah sim! Stella. Acertei a pronuncia?

— Sim — ela respondeu sorrindo.

— Então, o que tem menor tempo de contrato, trabalha há pelo menos cinco anos.

— Bom, então vamos começar com os dois que estão aqui. Se encontrar o que esteve com Mauricio, talvez não seja necessário chamar os outros — Jason concluiu.

— Está certo. Eu vou chamar os dois então — disse André saindo da sala.

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